Joana Vasconcelos
“A MINHA OBRA E AS LIVRARIAS DÃO-SE
MUITO BEM”
Ainda a
exposição de Versalhes não tinha terminado e já a artista plástica sabia que
tinha sido escolhida pela Secretaria de Estado da Cultura como representante
portuguesa na Bienal de Veneza de 2013. Uma entrevista entre arrumações.
Não só foi a primeira mulher e mais
jovem artista a expor no Palácio de Versalhes como foi convidada para
representar Portugal na Bienal de Veneza. 2012 é o melhor ano da sua carreira?
Espero
que seja melhor ano seja sempre o próximo.
Versalhes significou o quê?
Um
desafio e uma responsabilidade enormes!
E o que podemos esperar da sua participação
na Bienal?
Posso
adiantar que será um projeto ambicioso onde as histórias de Portugal e Veneza
se cruzam de uma forma desafiante e surpreendente.
Sente-se uma verdadeira embaixadora de
Portugal?
De alguma
forma, os artistas acabaram por ser embaixadores da sua própria condição, seja
a nacionalidade, o género, a sexualidade, etc. No meu caso, sinto uma enorme vontade
de confrontar Portugal com o exterior. Comparar e fazer dialogar alguns dos
nossos símbolos com outras culturas é a melhor forma de avaliar o nosso
posicionamento e ter uma visão mais rica do ethos
nacional e também do mundo.
Recentemente, publicou um livro que
percorria 15 anos de criação artística, com textos, entre outros, do filósofo
francês Gilles Lipovetsky. A sua obra tem uma e só uma filosofia?
Certamente que não. Terá tantas filosofias quantas aquelas que os
observadores da obra tiverem. Tem sido muito interessante ouvir aquilo que o
público retira das obras e sei por isso que a minha obra é suficientemente
aberta para questionar e enriquecer as diferentes formas como cada um de nós vê
e entende o mundo.
Como se define hoje?
Defini-me
como artista plástica.
O Natal está à porta. Isso diz-lhe o quê,
exatamente?
Vamos ter
muita animação.
Para além da crise, o que espera do novo
ano?
Espero
muito trabalho.
Portugal é um país que continua em banhos?
Infelizmente, Portugal está sem água na piscina…
O que está a criar neste momento?
Estou
presentemente a trabalhar no projeto da representação nacional na Bienal de
Veneza de 2013.
Há
algum artista que acompanhe com mais atenção?
Não.
Falemos de livros - e livrarias. O que
repara de imediato quando entra numa livraria?
Nas
escadarias.
Alguma vez pensou criar uma peça para
livraria?
Apesar de
nunca ter criado uma peça especificamente para o espaço de uma livraria posso
dizer que a minha obra e as livrarias se dão muito bem. Uma das minhas peças (Valquíria #2) foi adquirida pela Martins
Fontes em 2004, estando permanentemente exposta numa grande livraria em São
Paulo, e em 2009 expus a Valquíria Excesso
no espaço de Ler Devagar na Lx Factory.
Abra-nos o livro. O que está a ler?
O Filho de Mil Homens, de Valter Hugo
Mãe.
Que livro mais a surpreendeu ultimamente?
Finisterra, de Carlos de Oliveira.
Há algum
escritor português com quem gostaria um dia de trabalhar?
Gosto
muito do trabalho do Valter Hugo Mãe e ainda recentemente tive o privilégio de
poder contar com um magnífico texto do Valter para o catálogo da exposição no
Palácio de Versalhes.
Texto: Catarina Araújo
In Somos Livros,
BERTRAND Livreiros, Natal 2012
1.Acabou de ler um texto da Comunicação Social.
1.1.Defina, por palavras suas, esta modalidade
jornalística.
2.O texto transcrito é iniciado por uma introdução.
2.1.Qual lhe parece ser o objetivo de tal introdução.
2.2.Indique o assunto que motivou a entrevista a Joana
Vasconcelos?
3.Atente no Corpo da Entrevista.
3.1.Retire um exemplo de uma pergunta que revele que o
jornalista se documentou sobre a artista plástica.
3.2.Como é que Joana Vasconcelos define “filosofia”?
4.Indique a função da linguagem utilizada neste texto.
5. Podemos considerar esta entrevista completa?
Justifique convenientemente a sua resposta.